O acidente aconteceu na Rua José Estevan da Motta e matou o major Jasper Sanderson, 31 anos, piloto do Grupamento Aéreo do Corpo de Bombeiros, e o aspirante Guilherme Augusto Rocha Neto, 28, do 23º Grupamento de Bombeiro Militar de Resende, que ficaram carbonizados. Até o fechamento desta edição homens do 23º Grupamento prosseguiam com o trabalho de remoção dos destroços da aeronave, modelo AT 802F, fabricada pela AIR Tractor, com o apoio de outros órgãos de segurança pública. Os corpos dos tripulantes foram retirados por volta das 23h30min, após técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos da Aeronáutica (Cenipa) realizarem uma perícia preliminar no local do acidente. A necropsia foi realizada no Instituto Médico Legal (IML) de Resende. As vítimas foram enterradas às 16 horas de ontem, no Rio. Na manhã de ontem, uma comissão de três investigadores, designados pela Aeronáutica, ainda atuava na cena da tragédia que abalou os bombeiros e os moradores do Residencial Thomaz Fonseca. A partir das informações obtidas pela equipe um Relatório de Ações Iniciais deverá ficar pronto em 30 dias. O Relatório Final tem o prazo de até 12 meses para ser concluído.
As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas o coordenador operacional do aeroporto de Resende, que está interditado, Nélio Silva Sampaio, aponta que os pousos e decolagens do monomotor foram realizados irregularmente. “O monomotor saiu do aeroporto não-comercial Jacarepaguá, no Rio, e pousou no Campo de Aviação, no início da tarde. O piloto, responsável pelo plano de voo, tinha consciência de que o aeroporto estava interditado. Existem dois ‘x’ pintados em amarelo nas cabeceiras da pista que indicam essa situação. Recebemos uma notificação 45 minutos antes da decolagem em Jacarepaguá. Eu avisei ao piloto sobre as condições do aeroporto, quando ele chegou. Perguntei se era uma missão oficial e ele negou. Era apenas um reconhecimento da área. Não constava do plano de vôo essa informação. Entrei em contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que confirmou que, nessas condições, o pouso e a decolagem no Campo de Aviação são irregulares. Se não era missão, é irregular. Nesses casos, eu não tenho o poder de policiamento, somente de coordenação e informação. Em sequestros, por exemplo, eu posso intervir e chamar a polícia”, acrescenta o coordenador. De acordo ainda com Nélio Silva Sampaio, que também exerce a função de piloto, o aeroporto de Resende está interditado desde setembro de 2009, para corrigir algumas falhas de segurança.
Moradores fora da rotina
O estrondo da queda do avião assustou os moradores do Residencial Thomaz Fonseca, na Vila Santa Isabel. O avião caiu entre uma casa e o prédio. De acordo com a subsíndica, a psicóloga Andréa Brandão, o prédio estremeceu na hora do acidente. “Estava com a minha filha de dez anos no apartamento quando escutei a explosão. Vi muita fumaça e o prédio tremeu. A sensação era de que a colisão tinha sido no prédio. Todo mundo descendo a escada e gritando ‘fogo’ e ‘avião’. Poderia ter atingido o meu bloco. Eu moro no Bloco 3. Só que é o lado inverso do acidente. Ficamos preocupados, o prédio tem encanamento de gás. Além disso, vários carros poderiam ter explodido com o alastramento do fogo. Imagine se tivesse colidido?!”, conta.
Guilhermina Oliveira, 71 anos, chorou ao relembrar o desespero na hora de sair do Bloco 3. “Moro do outro lado, no quarto andar. Mas fiquei apavorada com o barulho da queda e a fumaça. Estou usando bengala, pois tenho artrose e dificuldade para me locomover. Desci a escada desesperada. Moro sozinha e tenho pressão alta. Ainda bem que tive a ajuda da babá da minha neta que mora no terceiro andar”, diz emocionada. A síndica Érica Coutinho da Rocha fala sobre os danos causados no prédio. “Estamos esperando a perícia da seguradora Marítima. A equipe deve vir esta semana ainda. De acordo com informações de um bombeiro, eu devo pegar o registro de ocorrência e abrir um processo no Corpo de Bombeiros para avaliar um possível ressarcimento. A Defesa Civil disse que está tudo perfeito por aqui. No primeiro andar, os dois apartamentos tiveram grandes prejuízos nas salas e nos quartos”, revela. Até a conclusão desta edição a Ceg-Rio foi informada sobre um provável rompimento na tubulação de gás próximo ao acidente, e já havia mandado uma equipe para verificar a situação.
As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas o coordenador operacional do aeroporto de Resende, que está interditado, Nélio Silva Sampaio, aponta que os pousos e decolagens do monomotor foram realizados irregularmente. “O monomotor saiu do aeroporto não-comercial Jacarepaguá, no Rio, e pousou no Campo de Aviação, no início da tarde. O piloto, responsável pelo plano de voo, tinha consciência de que o aeroporto estava interditado. Existem dois ‘x’ pintados em amarelo nas cabeceiras da pista que indicam essa situação. Recebemos uma notificação 45 minutos antes da decolagem em Jacarepaguá. Eu avisei ao piloto sobre as condições do aeroporto, quando ele chegou. Perguntei se era uma missão oficial e ele negou. Era apenas um reconhecimento da área. Não constava do plano de vôo essa informação. Entrei em contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que confirmou que, nessas condições, o pouso e a decolagem no Campo de Aviação são irregulares. Se não era missão, é irregular. Nesses casos, eu não tenho o poder de policiamento, somente de coordenação e informação. Em sequestros, por exemplo, eu posso intervir e chamar a polícia”, acrescenta o coordenador. De acordo ainda com Nélio Silva Sampaio, que também exerce a função de piloto, o aeroporto de Resende está interditado desde setembro de 2009, para corrigir algumas falhas de segurança.
Moradores fora da rotina
O estrondo da queda do avião assustou os moradores do Residencial Thomaz Fonseca, na Vila Santa Isabel. O avião caiu entre uma casa e o prédio. De acordo com a subsíndica, a psicóloga Andréa Brandão, o prédio estremeceu na hora do acidente. “Estava com a minha filha de dez anos no apartamento quando escutei a explosão. Vi muita fumaça e o prédio tremeu. A sensação era de que a colisão tinha sido no prédio. Todo mundo descendo a escada e gritando ‘fogo’ e ‘avião’. Poderia ter atingido o meu bloco. Eu moro no Bloco 3. Só que é o lado inverso do acidente. Ficamos preocupados, o prédio tem encanamento de gás. Além disso, vários carros poderiam ter explodido com o alastramento do fogo. Imagine se tivesse colidido?!”, conta.
Guilhermina Oliveira, 71 anos, chorou ao relembrar o desespero na hora de sair do Bloco 3. “Moro do outro lado, no quarto andar. Mas fiquei apavorada com o barulho da queda e a fumaça. Estou usando bengala, pois tenho artrose e dificuldade para me locomover. Desci a escada desesperada. Moro sozinha e tenho pressão alta. Ainda bem que tive a ajuda da babá da minha neta que mora no terceiro andar”, diz emocionada. A síndica Érica Coutinho da Rocha fala sobre os danos causados no prédio. “Estamos esperando a perícia da seguradora Marítima. A equipe deve vir esta semana ainda. De acordo com informações de um bombeiro, eu devo pegar o registro de ocorrência e abrir um processo no Corpo de Bombeiros para avaliar um possível ressarcimento. A Defesa Civil disse que está tudo perfeito por aqui. No primeiro andar, os dois apartamentos tiveram grandes prejuízos nas salas e nos quartos”, revela. Até a conclusão desta edição a Ceg-Rio foi informada sobre um provável rompimento na tubulação de gás próximo ao acidente, e já havia mandado uma equipe para verificar a situação.
30-04-2010
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