O Ministro da Defesa, Nelson Jobim, reiterou ontem que deverá entregar o relatório sobre a compra dos caças para a Força Área Brasileira (FAB) até o final da semana que vem. Apesar de não expor qual seria sua sugestão, afirmou que a escolha dependerá da proposta que mais compartilha dos interesses brasileiros e não aquela que propuser “preço de banana”. “O que pesa [na escolha] é o interesse País. Não vamos comprar a preço de banana, mas vamos escolher aquele que dê consistência ao Brasil”, explicou, durante o Seminário “Segurança Internacional “, realizado na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O ministro comentou que o processo de execução do relatório está em fase final. “Estou terminando os balanços, ouvindo alguns técnicos sobre o assunto e talvez no final da semana que vem, dependendo da viagem para Moscou, eu terei de fazer isso ao retornar”, disse.
O relatório com a fabricante escolhida pelo Ministério será apresentando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja decisão dependerá da análise do Conselho de Defesa Nacional. Jobim aproveitou a oportunidade e elogiou a ação brasileira para integração regional da América Latina. “Estamos caminhando bem. Ontem teve a Unasul [União das Nações Sul-Americanas], e vou à 3º reunião do Conselho Interamericano, no Equador, a fim de aprofundar nossas relações de confiança e discutir a doutrina militar. Precisamos implantar uma doutrina que atenda as nossas características, principalmente nas nossas três grandes vertentes: Amazônica, Andina e Platina”, apontou.
Um das maiores discussões do evento foi sobre a relação fronteiriça com o Paraguai, prejudicada pelo narcotráfico. “O Brasil continua atendendo suas funções na fronteira, mas tudo discutido com o governo paraguaio. O que deixamos claro é que temos entendimento também com o Peru e com a Colômbia para troca de informações sobre o espaço aéreo, para controlar a circulação do narcotráfico”, comentou ele, que acredita que a situação do Paraguai está controlada e que os problemas são mais otimizados “termos de imprensa”.
“O ministro da Justiça [Luiz Paulo Barreto] conversou com o ministro do Interior do Paraguai [Rafael Filizzola] para intensificar ações conjuntas. De fato, estamos multiplicando os postos de controle”, afirmou o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Acordo
Questionado sobre o acordo militar assinado, no mês passado, entre Brasil e Estados Unidos, Jobim explicou que antes de assiná-lo, expôs as determinações brasileiras para os representantes daquele país. “Temos 24 acordos deste tipo com outros países e vamos continuar a fazer acordos com parceiros sul-americanos, mas atentos às cláusulas de segurança já acertadas.” A cláusula a que o ministro se refere expressa garantias que asseguram o respeito aos princípios de “igualdade soberana dos Estados, a integridade e a inviolabilidade territorial e a não intervenção em assuntos internos de outros Estados”.
Segundo o assessor da Presidência, é possível que o Brasil e “mais oito a nove países” deixem de participar da Cúpula de Madri, caso Honduras também esteja presente. “Mas eu acho que essa situação vai mudar. Quem organiza algo deste tipo deve levar em consideração o debate. Os próprios EUA disseram que o reingresso de Honduras na OEA [Organização dos Estados Americanos] deveria ser acolhido por unanimidade. Acredito que houve apenas uma derrapada de um funcionário não muito atento”, considerou.
O assessor da Presidência também questionou a atuação da OEA para os interesses dos países da América Latina. “A OEA não é uma instituição superável. Mas tem de ser renovada, temos de trabalhar sobre vários tabuleiros e estamos fazendo isso.” Perguntado sobre a afirmação do candidato à Presidência José Serra, de que o Mercosul deveria ser alterado, Garcia foi contundente. “O Serra é uma pessoa informada, e dizer que o Mercosul não funciona, quer dizer que ele não olha os números do bloco. O presidente uruguaio disse que o primeiro parceiro do país é o Brasil, seguido da Argentina, em terceiro a China e em quinto, os EUA. A Argentina é o nosso segundo, e é possível que este país passe a China e vire a primeira parceira brasileira. Há defeitos, mas temos uma agenda para tanto: vamos melhorar a cobrança de dupla tarifa para o produto que entra no Mercosul, queremos fortalecer as instituições e melhorar a gestão. No segundo semestre o presidente Lula estará empenhado em conseguir este avanço”, concluiu.
O ministro comentou que o processo de execução do relatório está em fase final. “Estou terminando os balanços, ouvindo alguns técnicos sobre o assunto e talvez no final da semana que vem, dependendo da viagem para Moscou, eu terei de fazer isso ao retornar”, disse.
O relatório com a fabricante escolhida pelo Ministério será apresentando ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja decisão dependerá da análise do Conselho de Defesa Nacional. Jobim aproveitou a oportunidade e elogiou a ação brasileira para integração regional da América Latina. “Estamos caminhando bem. Ontem teve a Unasul [União das Nações Sul-Americanas], e vou à 3º reunião do Conselho Interamericano, no Equador, a fim de aprofundar nossas relações de confiança e discutir a doutrina militar. Precisamos implantar uma doutrina que atenda as nossas características, principalmente nas nossas três grandes vertentes: Amazônica, Andina e Platina”, apontou.
Um das maiores discussões do evento foi sobre a relação fronteiriça com o Paraguai, prejudicada pelo narcotráfico. “O Brasil continua atendendo suas funções na fronteira, mas tudo discutido com o governo paraguaio. O que deixamos claro é que temos entendimento também com o Peru e com a Colômbia para troca de informações sobre o espaço aéreo, para controlar a circulação do narcotráfico”, comentou ele, que acredita que a situação do Paraguai está controlada e que os problemas são mais otimizados “termos de imprensa”.
“O ministro da Justiça [Luiz Paulo Barreto] conversou com o ministro do Interior do Paraguai [Rafael Filizzola] para intensificar ações conjuntas. De fato, estamos multiplicando os postos de controle”, afirmou o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Acordo
Questionado sobre o acordo militar assinado, no mês passado, entre Brasil e Estados Unidos, Jobim explicou que antes de assiná-lo, expôs as determinações brasileiras para os representantes daquele país. “Temos 24 acordos deste tipo com outros países e vamos continuar a fazer acordos com parceiros sul-americanos, mas atentos às cláusulas de segurança já acertadas.” A cláusula a que o ministro se refere expressa garantias que asseguram o respeito aos princípios de “igualdade soberana dos Estados, a integridade e a inviolabilidade territorial e a não intervenção em assuntos internos de outros Estados”.
Segundo o assessor da Presidência, é possível que o Brasil e “mais oito a nove países” deixem de participar da Cúpula de Madri, caso Honduras também esteja presente. “Mas eu acho que essa situação vai mudar. Quem organiza algo deste tipo deve levar em consideração o debate. Os próprios EUA disseram que o reingresso de Honduras na OEA [Organização dos Estados Americanos] deveria ser acolhido por unanimidade. Acredito que houve apenas uma derrapada de um funcionário não muito atento”, considerou.
O assessor da Presidência também questionou a atuação da OEA para os interesses dos países da América Latina. “A OEA não é uma instituição superável. Mas tem de ser renovada, temos de trabalhar sobre vários tabuleiros e estamos fazendo isso.” Perguntado sobre a afirmação do candidato à Presidência José Serra, de que o Mercosul deveria ser alterado, Garcia foi contundente. “O Serra é uma pessoa informada, e dizer que o Mercosul não funciona, quer dizer que ele não olha os números do bloco. O presidente uruguaio disse que o primeiro parceiro do país é o Brasil, seguido da Argentina, em terceiro a China e em quinto, os EUA. A Argentina é o nosso segundo, e é possível que este país passe a China e vire a primeira parceira brasileira. Há defeitos, mas temos uma agenda para tanto: vamos melhorar a cobrança de dupla tarifa para o produto que entra no Mercosul, queremos fortalecer as instituições e melhorar a gestão. No segundo semestre o presidente Lula estará empenhado em conseguir este avanço”, concluiu.
06-05-2010
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