sábado, 3 de julho de 2010

Em aeroportos alemães, abelhas ajudam a monitorar qualidade do ar

As toxinas presentes no mel como forma de avaliar a poluição faz parte dos esforços de melhorar o ar nos aeroportos. Alguns aeroportos da Alemanha adotaram uma abordagem incomum para monitorar a qualidade do ar. O Aeroporto Internacional de Düsseldorf e outros sete aeroportos do país estão usando abelhas como "biodetetives" e testando seu mel regularmente em busca de toxinas. "A qualidade do ar em torno do aeroporto é excelente", disse Peter Nengelken, representante do aeroporto na comunidade local. O primeiro lote de mel colhido este ano de cerca de 200 mil abelhas foi testado no início de junho, ele disse, e indica que as toxinas estão muito abaixo dos limites oficiais e consistentes com os resultados medidos desde 2006, quando o aeroporto começou a trabalhar com abelhas. Apicultores do clube de bairro da região mantêm as abelhas. O mel, batizado de "Düsseldorf Natural", é engarrafado e dado de presente. O biomonitoramento, ou o uso de organismos vivos para testar a saúde ambiental, não substitui a vigilância tradicional, disse Martin Bunkowski, engenheiro ambiental da Associação dos Aeroportos Alemães. Mas "é uma mensagem muito clara para o público porque é fácil de entender", acrescentou. Volker Liebig, químico do laboratório Orga que analisa amostras de mel duas vezes ao ano para Düsseldorf e outros seis aeroportos alemães, disse que os resultados mostraram a ausência de substâncias que o laboratório procura nos testes, como certos hidrocarbonetos e metais pesados e "é comparável ao mel produzido em áreas sem qualquer atividade industrial". Uma amostragem muito maior colhida ao longo de mais tempo é necessária para uma conclusão definitiva, ele disse, mas os resultados preliminares são promissores. Será que as abelhas poderiam ser sentinelas modernas como os canários, que antes eram utilizados como sinais de alerta precoce de gases tóxicos em minas de carvão? Avaliar a saúde ambiental utilizando abelhas como "bioindicadores terrestres" é uma medida relativamente nova, disse Jamie Ellis, professor adjunto de entomologia no Laboratório de Pesquisa e Extensão Honey Bee, da Universidade da Flórida, em Gainesville. "Nós todos acreditamos que isso pode ser feito, mas traduzir os resultados para soluções ou respostas para o mundo real pode demorar um pouco mais". Ainda assim, trabalhos similares com insetos para medir a qualidade da água têm sido bem sucedidos.
03-07-2010

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