quinta-feira, 15 de julho de 2010

TAM compra marca da família Amaro por R$ 170 milhões

A TAM Linhas Aéreas vai pagar quase R$ 170 milhões pela bandeira TAM, informou ontem a maior empresa aérea brasileira. Com isso, vai deixar de pagar R$ 17 milhões em royalties por ano à família Amaro, controladora da companhia, pelo uso da marca. Essa prática incomodava o mercado desde que ela lançou ações em bolsa, em junho de 2005. O negócio será realizado por meio da aquisição da totalidade de ações da Milor Táxi Aéreo, Representações, Marcas e Patentes. Essa empresa, pertencente à família Amaro, é a que tem a propriedade da bandeira TAM e outras marca correlatas, como TAM Aviação Executiva e TAM Táxi Aéreo. O valor foi calculado pela consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. Segundo Líbano Barroso, presidente da TAM, a aquisição coloca a companhia "nos mais altos níveis de governança", já que essa seria "a única transação com partes relacionadas" do grupo. Apesar de dizer que a operação era feita "em condições equilibradas", ele admite que representava uma saída de caixa para uma parte dos acionistas diferente dos outros. "Com isso, estamos cumprindo com o segundo objetivo, que é reduzir as saídas de caixa." O negócio será pago 15% em dinheiro na data de assinatura do contrato, não divulgada. Os 85% restantes serão quitados com notas promissórias em favor da família Amaro, que fará um aumento de capital por meio da subscrição de ações ordinárias. A operação será submetida à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e aos órgãos de defesa da concorrência. "Esse era o único ponto sobre o qual alguns acionistas em bolsa, alguns grande fundos, questionavam o porquê da empresa não deter a própria marca e não parar com esse pagamento. Com isso, estamos fazendo a um preço bem menor do que reconstruir uma marca", diz Líbano. Ele acredita que a operação deverá resultar num aumento de até 3% do capital total da TAM. Segundo ele, não haverá diluição da participação dos acionistas com ações preferenciais. "Todos os acionistas vão participar do mesmo fluxo de caixa, ou seja, vão ser remunerados por dividendos. Esse aumento de capital em ordinárias não vai significar diminuição dos preferencialistas no total de ações preferenciais", diz Líbano. Ontem, as ações preferenciais da TAM fecharam em alta de 1,33%. O Ibovespa recuou 0,32%. Entre analistas do setor aéreo, a percepção de que a negociação da TAM mira uma futura valorização da marca. "A administração da TAM percebeu que a sua entrada na aliança global Star Alliance vai valorizar muito a marca nos próximos anos", diz o analista de aviação da Planner Corretora, Brian Moretti. Segundo a consultoria de marcas Interbrand, a bandeira TAM vale R$ 347 milhões, o mais alto valor no transporte aéreo do país e o 17º entre as marcas brasileiras. A siderúrgica Gerdau também pagava pelo uso da marca. No início de maio de 2006, empresas do grupo informaram ao mercado que o gasto estimado no primeiro trimestre alcançava R$ 16,2 milhões. A empresa informou ontem que esse valor não chegou a ser efetivamente desembolsado. "Em 2006, os acionistas controladores transferiram à Gerdau S.A., sem qualquer ônus, a propriedade dos registros da marca Gerdau da qual eram, na época, titulares."
valor economico
15-07-2010

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