A venda de 100% da TAP Portugal a privados já faz parte dos planos do governo para a companhia, ao contrário do que foi indicado pelo Executivo no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) 2010-2013, de Março, em que a TAP era apontada como alvo de uma futura "alienação parcial da participação do Estado".
Segundo avançaram agora as Finanças ao i, "o aumento de capital, necessário para acorrer à regularização dos capitais do Grupo [TAP], só poderá efectuar-se com recurso à entrada de novos sócios privados, ou pela integral privatização da empresa, em conformidade com a legislação e regulamentos da UE". Esta é uma posição que indicia também que as alternativas estudadas pelo governo para salvar as contas da TAP com dinheiro público - contornando as proibições de Bruxelas e evitando o recurso a privados nesta altura de aperto financeiro - foram entretanto abandonadas. Segundo foi sendo avançado pela imprensa desde 2009, o Estado primeiro considerou a hipótese de pedir autorização a Bruxelas para injectar dinheiro na companhia - alegando que a operação não seria uma ajuda estatal, mas sim uma operação de um accionista para valorizar um activo. Depois ponderou injectar dinheiro via dívida bancária, dando como aval bens públicos. Mais recentemente, e seguindo a sugestão da Parpública, a alternativa já era avançar com um aumento da capital na TAP subscrito por empresas criadas para o efeito pela CGD, conforme noticiou o "Diário Económico" em Abril. Agora tudo se resume aos privados. Ainda em Agosto, Paulo Campos, secretário de Estado das Obras Públicas, sublinhava aos jornalistas - e depois de o i revelar que a TAP tinha pedido uma injecção de 297,5 milhões de euros ao Estado -, que a recapitalização da empresa podia ser feita através de "vários mecanismos" e que devia "ser analisada e vista tendo em conta esses mecanismos". Além disso, sublinhou então, "a recapitalização não é privatização". "TAP não está em falência" Apesar dos constantes agravamentos dos capitais próprios da transportadora aérea liderada por Fernando Pinto - no final de 2009 estavam negativos 204,6 milhões de euros, valor que no final de Junho chegou aos 306,8 milhões de euros, segundo a Parpública -, as Finanças sublinharam ao i que a "TAP não se encontra em situação de falência, uma vez que continua a conseguir honrar os seus compromissos financeiros". Este ministério ainda salientou que "o EBITDA [resultado operacional] da TAP é recorrentemente positivo" e que a companhia contava "com disponibilidades financeiras de cerca de 168 milhões de euros em 30 de Junho corrente". Entre Janeiro e Junho deste ano, a companhia aérea registou prejuízos de 79 milhões de euros e, segundo a Parpública, "é expectável que o agravamento dos custos de exploração da TAP", à conta do aumento do preço do petróleo, comprometa "ainda mais os resultados para o final do ano".
Ionline
06-09-2010
Nenhum comentário:
Postar um comentário