sábado, 27 de outubro de 2012

O voo alto da aviação executiva



O mercado de aviação executiva, um termômetro do humor dos empresários poderosos, sofre os solavancos e as turbulências da economia brasileira neste ano. Mesmo assim, terminará 2012 com um aumento de 5% no volume de aquisições de aviões e helicópteros, segundo a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag). O resultado representará mais do que o dobro do crescimento do PIB, na casa de 2%, esperado para este ano.Tudo indica que a fase de vento cruzado (aquele que vem de lado e aflige os pilotos) já passou. “Entre abril e maio, tivemos uma curva de crescimento perto de zero”, afirma Ricardo Nogueira, vice-presidente executivo da Abag. “O receio de fora, representado pela crise europeia e pela desaceleração econômica nos Estados Unidos, se instalou no País.”


No entanto, segundo ele, o mercado de aviação executiva no Brasil continua desafiando os dogmas da economia. “Estávamos numa calmaria quando veio um tufão de boas notícias em agosto, na feira de aviação, a Labace, e fechamos vários negócios”, diz Nogueira. O Brasil possui a segunda maior frota de aviação geral do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Na aviação executiva, a frota brasileira é de 1.650 aeronaves, sendo 650 helicópteros, 350 jatos e 650 turboélices. A cidade de São Paulo, principal centro econômico do País, concentra 35% do total (577 aeronaves). Operam no Brasil 4% de todos os helicópteros do mundo, segundo a IHST (International Helicopter Safety Team). Nos últimos dez anos, a frota de helicópteros do Brasil cresceu 58,6%, um ritmo três vezes maior do que a frota de aeronaves em geral, que aumentou 18,7%. A Helibras, que detém 48% do mercado executivo de helicópteros nacional, já entregou 23 unidades para o segmento até outubro deste ano. “Em 2011, entregamos 26 helicópteros para o mercado executivo”, diz François Arnaud, vice-presidente comercial e de marketing da Helibras. Dos 1.325 heliºcópteros civis em todo o Brasil, 541 estão no Estado de São Paulo. E a tendência é que o mercado continue a crescer nos próximos anos. O mesmo vale para os jatos. Nos dois casos, quem procura por esse tipo de aparelho está atrás do maior objeto de desejo da humanidade no século 21: tempo.

“Quase na sua totalidade, os clientes brasileiros da Embraer adquiriram aeronaves em razão do crescimento dos seus negócios e pela constatação de que o jato executivo é uma ferramenta de trabalho”, diz Marco Túlio Pelegrini, vice-presidente de operações da Embraer. De acordo com ele, são empresários de setores como o agronegócio, químico, construção civil, automotivo e profissionais liberais, entre outros, que aproveitaram o bom momento econômico brasileiro para ser mais produtivos, com a velocidade, privacidade, segurança e flexibilidade que a aviação executiva oferece. Segundo um levantamento da consultoria americana JetNet e da Embraer, da frota mundial de 18.284 jatos executivos, 55% foram adquiridos por pequenas empresas e 11% pelo departamento de voo de grandes companhias. Apenas 4% das aeronaves estão nas mãos de pessoas de alto poder aquisitivo. Isso comprova que um jato executivo é, cada vez mais, uma ferramenta de trabalho no mundo dos negócios. Nos próximos dez anos, estima-se que o Brasil vá precisar de 400 a 450 novas aeronaves, um mercado avaliado entre US$ 5,5 bilhões e US$ 6 bilhões. No mundo, até 2022, a expectativa é de uma demanda de 7,8 mil aeronaves, equivalente a US$ 205 bilhões, em um quadro mais conservador, e de 9,3 mil aeronaves ou US$ 246 bilhões num cenário de crescimento. A Embraer já entregou 110 jatos executivos no mercado brasileiro, desde 2000, quando entrou nesse segmento. A empresa de São José dos Campos vende seus jatos executivos para os EUA, Oriente Médio e China, principalmente.
“O interessante é que, nos últimos cinco anos, o Brasil foi o país que mais recebeu registro de novos jatos executivos depois dos EUA, a metade formada por aparelhos da Embraer”, afirma Pelegrini. Para ele, ainda há muito espaço para alçar voo no Brasil. Basta comparar com os EUA, que têm um território de dimensões continentais, semelhante ao brasileiro, e uma frota de 11,1 mil jatos executivos. “Temos muito para conquistar”, diz Pelegrini. A Embraer registrou lucro líquido de R$ 132,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 200 mil no mesmo período do ano passado, informou a companhia, na terça-feira 23.O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) alcançou R$ 336,9 milhões entre julho e setembro, valor acima dos R$ 311,4 milhões do mesmo período de 2011. Entre julho e setembro, a empresa fez a entrega de 27 aeronaves ao mercado da aviação comercial e despachou 13 aviões executivos. O ano de 2012 também tem sido muito bom para a Bombardier, que detém um market share de 20% no País, com mais de 130 aeronaves registradas no território nacional. Os bons ventos não sopram para a empresa apenas no Brasil, mas também em outras partes do mundo todo. “Tivemos 134 pedidos líquidos no segundo trimestre do ano e as atividades e os interesses no mercado brasileiro estão crescendo”, disse Fabio Rebello, diretor-geral da Bombardier no Brasil. De acordo com ele, a demanda por jatos executivos cresce porque acompanha a necessidade das empresas de viajar para lugares distantes, como Índia, China e Oriente Médio.

  • IstoÉ Dinheiro
27-10-2012

sexta-feira, 9 de março de 2012

As 10 maiores empresas de Defesa do mundo

Os verdadeiros senhores da guerra
A Stockholm International Peace Research Institute (Sipri) divulgou a lista das 100 maiores empresas do setor de Defesa no mundo. O estudo se baseia em dados de 2010. Naquele ano, essas 100 empresas venderam 411,1 bilhões de dólares em armamentos – cerca de 1% a mais, em termos reais, que no ano anterior. Segundo a Sipri, trata-se de um setor extremamente concentrado. Os dez maiores grupos concentram 56% das vendas, ou cerca de 230 bilhões de dólares. O foco da Sipri, que tem parte de seus custos bancados pelo governo sueco, é mapear zonas de conflito e a indústria bélica.
Lockheed Martin



A americana Lockheed Martin é a maior empresa de armamentos do mundo. Em 2010, suas vendas totais somaram 45,803 bilhões de dólares. O setor de Defesa representou 35,73 bilhões de dólares em vendas, ou quase 7% mais que no ano anterior. A empresa também atua no setor aeroespacial e de aviação, entre outros. Na área de Defesa, uma de suas especialidades são os caças e aviões militares, como o F-22 Raptor da foto.

BAE Systems

A britânica BAE Systems é a segunda maior empresa do mundo no setor de Defesa, além de atuar também em aviação, tecnologia aeroespacial e segurança. Em 2010, a indústria bélica rendeu vendas de 32,880 bilhões de dólares à empresa, ou 95% de seu faturamento total. Entre os principais projetos dos quais a empresa participou, está o desenvolvimento de caças como o F-35 Lightning II e o Eurofighter Typhoon.

Boeing



A americana Boeing é a terceira maior do setor, segundo a Sipri. Embora seu lado mais conhecido seja o da aviação comercial, brigando pela liderança desse mercado com a europeia Airbus, a Boeing também atua fortemente no desenvolvimento de caças, aviões militares, sistemas eletrônicos, mísseis e tecnologia aeroespacial. É da Boeing, por exemplo, um dos aviões militares mais originais dos últimos tempos, o B-2 Spirit, com seu jeitão de disco-voador. Em 2010, as vendas militares da Boeing somaram 31,360 bilhões de dólares, ou 49% de seu faturamento total.

Northrop Grummam



Criada em 1994 a partir da fusão das empresas que formam o seu nome, a Northrop Grummam é a quarta maior empresa do setor. Americana, a companhia faturou 28,150 bilhões de dólares em 2010 com a venda de artigos militares, como aviões, sistemas e navios de guerra. A cifra representou 81% de seu faturamento total. Uma área em que a empresa vem apostando é a dos drones, aviões militares não tripulados para missões de espionagem e ataque. O da foto é o Block 30 Global Hawk.

General Dynamics
A também americana General Dynamics é outra que se destaca no ranking da Sipri, ocupando o quinto lugar. Em 2010, suas vendas de equipamentos militares somaram 23,940 bilhões de dólares, ou 74% de tudo o que faturou. Seu portfólio é composto por equipamentos de artilharia, veículos militares, munição, sistemas eletrônicos e armas de pequeno porte.


Raytheon



Outra americana no ranking do Sipri: a Raytheon, que surge em sexto lugar. No ano retrasado, pouco mais de 90% das vendas, ou 22,980 bilhões de dólares, veio do setor de armamentos. A empresa é especializada em sistemas eletrônicos e mísseis.

EADS


A europeia EADS é uma das donas da Airbus, mas também tem forte atuação no setor militar. Em 2010, 16,360 bilhões de dólares, ou 27% de suas vendas totais, vieram do mercado de Defesa. Em seu portfólio, estão o desenvolvimento de aviões militares, sistemas eletrônicos, mísseis e tecnologia aeroespacial.

Finmeccanica


A Itália também está representada no ranking das maiores empresas bélicas do mundo, com a Finmeccanica. Em 2010, a companhia faturou 14,410 bilhões de dólares com vendas para o setor de Defesa. A cifra a colocou na oitava posição da lista da Sipri, e representou 58% de seu faturamento total. A empresa desenvolve diversos artefatos militares, como mísseis, veículos blindados e munição.

L-3 Communications

A L-3 Communications é uma das gigantes mundiais do setor de Defesa. Em 2010, essa empresa americana faturou 13,070 bilhões de dólares com contratos militares, o equivalente a 93% de sua receita. A companhia desenvolve sistemas eletrônicos para uso militar, além de prestar diversos serviços para as Forças Armadas. Não julgue o estande modesto dessa feira – ela é a nona maior do setor.

United Technologies


 A décima empresa da lista da Sipri é a americana United Technologies. Em 2010, a empresa faturou 11,410 bilhões de dólares com o mercado de Defesa, para o qual fornece aeronaves, sistemas eletrônicos e motores para veículos blindados. O montante representou 21% de suas receitas.

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